Descobri que tenho asas e que sei voar, que o medo é a maior algema que alguém pode ter... É hora de me libertar e voar bem alto, repaginando a Vida com Pensamentos e Poesias ao alcance de todos.
Finalmente livre para voar mais alto... Carpe Diem!

Doe Vida - Doe Medula


terça-feira, 2 de novembro de 2010

A ANDORINHA E AS PEDRADAS...

Quando penso que tudo pode voltar a ser melhor e mais agradável, que tudo pode ser superado pelos momentos bons que vivi no domingo, é quando mais sinto o chão ruir debaixo dos meus pés, literalmente, é o chamado "ficar sem chão"...
Domingo vivi momentos em família, mesmo que não fosse a minha, mas pessoas que fizeram apagar por instantes as ausências tão queridas como meus pais, meu irmão, me senti por momentos tão querida, tão em família. À noite, então, me senti tão especial, fazendo parte de um mundo ao qual tanto sonhei, ser um mundo de alguem, fazendo parte dos planos dessa pessoa...
No final, fiz uma pergunta que me plantou uma dúvida que acabou em parte com meu dia, mesmo plantada sem querer, ao longo do dia comecei a descobrir que tudo não passou de apenas mais um sonho, e que se os momentos bons vieram me dar uma breve visita, era apenas pra me prepararem para sentir as pancadas que viriam nos dias seguintes...
Primeiro, a insegurança, saber que não sou o plano de alguém como pensava, depois a ausência de respostas, a preocupação de que algo ruim possa estar acontecendo e que eu nao podia fazer nada para descobrir o que realmente se passava, só tinha o vazio à minha frente. Por fim, um dia tão triste e vazio, marcado pela ausência daqueles que eu mais amo na vida, como seus pais e meu irmão, que já não estão mais ao meu lado porque partiram rumo à eternidade, sem sequer um breve aviso...
Foi quando percebi o quão sozinha estou novamente, que tudo que vivi nos ultimos dias não passou de um filme bom, de um sonho, e quando acordei,me percebi sozinha de novo, sem planos, sem vidas por perto, só em uma casa imensa vazia, sem pessoas, só lembranças, e não há ninguém que consiga mudar essa realidade, por mais que eu deseje, me agarre ao sonho vivido, nada muda, tudo permanece vazio, nao existe mais família, não existe mais um amor que me queira bem e me faça sonhar de novo, que me faça acreditar que tudo vai ser diferente.
É como ouvir alguém me criticar porque algumas vezes, motivada pela dor, fiz meus planos sozinha, ouvi que uma andorinha só não faz verão. Mas como pode essa andorinha fazer planos com outra andorinha, pra começar um verão, se alguém atira uma pedra para feri-la apenas por diversão? Impossível! E quando essa andorinha consegue se recuperar da pedrada, ela fica arredia, suas dores, suas perdas são tão imensas que qualquer carinho representa a pedrada da maldade, é preciso provar que ela está errada, mas como, se ela só ve por perto quem atirou a pedra?!
Enfim, não dá pra sorrir, quando no dia que eu mais precisava de colo, por ser tão dificil, tão solitário, em que eu mais estava com medo, só encontrei pedradas, vindo das mãos que jamais deveriam fazer isso...
É melhor ser uma andorinha sem verão, do que uma andorinha apedrejada porque acreditou que encontrou a andorinha certa para amar e fazer assim um verão...
Jamais diga que me ama, se não sabe como lidar com as minhas dores internas, as quais não tenho coragem de dizer, mas rezo para encontrar alguém com sensibilidade e amor suficientes para vê-las e curá-las...
"Me ame quando eu menos merecer, pois é quando mais preciso"