Descobri que tenho asas e que sei voar, que o medo é a maior algema que alguém pode ter... É hora de me libertar e voar bem alto, repaginando a Vida com Pensamentos e Poesias ao alcance de todos.
Finalmente livre para voar mais alto... Carpe Diem!

Doe Vida - Doe Medula


terça-feira, 15 de maio de 2012

MEU AVESSO...

Não sou uma pessoa fácil de se lidar, tenho minhas alegrias, minhas tristeza, meus pantins (frescuras), mudo a direção do meu vento apenas com um pensamento. As vezes posso ser a melhor amiga, mas também sou  de ficar um tempo afastada, não porque a amizade não era a mesma, mas sim, porque não tenho alegrias para compartilhar naquele instante.
Me encanto fácil, mas isso não quer dizer que estou apaixonada ou fazendo planos para o futuro, mas sim, que naquele momento você foi diferente ou especial pra mim.
Não sou a melhor irmã, tia, prima, madrinha do mundo, mas sou aquela que sempre poderá vencer as barreiras internas e chegar junto (isso vale para os amigos).

Não sou de dar alô todos os dias, as vezes posso demorar meses e até anos, mas sempre lembro de quem eu gosto a todo momento.

Meu maior defeito não sei qual é, mas a unica qualidade que sei que tenho é a de me doar pra quem precisa, mesmo que seja aquela que já me fez chorar um dia.
Não espere perdões, desculpas ou razões, e sim perdoe, se desculpe e sonhe, talvez essa seja a única forma de se viver sem medo e sem mágoas.
Posso não ser mar, mas sempre poderei ir além do infinito que o horizonte me dá...


domingo, 13 de maio de 2012

MÃE, ESTOU NO LABIRINTO DA SAUDADE

Hoje é o Dia das Mães, segundo muitos: "É um dia criado pelo comércio, dia das mães é todo dia"... Sinto informar mas não é bem assim não, é o dia mais pesado na vida daqueles que já viveram a partida da mãe querida para o céu (a passagem, para os espíritas) eu mais do que ninguém sei disso, a 3 anos a minha se foi, lembro dela todos os dias, mas hoje, é um dos dias que dói mais essa ausência. Tentei o dia inteiro não chorar, corri desse encontro com a saudade o dia todo, fiz faxina, tentei buscar um motivo pra sair, pra tomar aquele banho rápido e cair no mundo, mas nada disso deu certo, a faxina acabou, os amigos se ocuparam e o encontro com a saudade, os pensamentos e as lembranças me esperavam debaixo do chuveiro, junto com o rio de lágrimas que eles causariam (Quem nunca chorou embaixo do chuveiro que atire a primeira pedra).
São tantas saudades, até hoje por volta das 13h30 fico olhando o celular na esperança que ele toque e seja ela, tínhamos esse hábito de nos falarmos na hora do almoço, ela almoçava, ia se deitar ao lado do meu pai e ligava pra mim pra saber se eu já tinha almoçado e como estavam as coisas no trabalho, me ligava também quando ela e minha irmã brigavam e pedia que eu desse um jeito na situação, nessa hora eu parecia mais a mãe do que ela. Me dá saudade quando ela acordava, vinha pra o meu quarto e ficava na minha cama enquanto eu ficava no sofá, já que eu tinha a mania de passar a noite inteira pulando da cama pra o sofá e vice e versa, ela era a companhia do meu pai o tempo inteiro e ele dela, quando ele tinha alguma coisa por causa da doença, ela não sabia agir mas era ligeira em nos chamar, brincávamos que ela era como um cão de guarda do meu pai, qualquer coisa ela gritava e a gente corria.
E o cafuné que ela sempre pedia no cochilinho da tarde quando eu estava em casa deitada na minha cama? Impossível esquecer... Ela era minha maior companheira, ela e meu pai, lembro de suas palavras: "Seus amigos são seu Pai e sua Mãe, os outros são meros personagem que entram e saem da sua história de vida". Agora que os dois se foram, me sinto perdida num labirinto da solidão, com paredes maiores do que eu onde não dá pra enxergar o outro lado. Ficaram apenas os personagens, mas como na maioria dos livros, na hora do perigo e da tristeza eles somem como por encanto e você se vê obrigada a andar pelo desconhecido de paredes levando apenas a solidão e as palavras que seu amigo Pai e sua amiga Mãe te disseram ao longo da vida.
Se saudade mata eu não sei, mas que dói um bocado, ah, isso dói, parece que cada ano que passa a dor aumenta mais, no primeiro ano tudo é esquisito, a gente fica dormente, não sabe se chora, se corre, o que é que faz, mas no terceiro ano eu digo, é complicado e dolorido demais. Pra quem é casado, pode ser talvez menos dolorido porque se concentra mais na sua "nova" família, mas pra quem viveu todo o tempo ao lado dela como eu na mesma casa, é uma dor sem fim.
O jeito é aliviar a dor percebendo as coisas boas que herdei dela, como fazer aquele frango assado com batatas que todos da família adoravam quando ela fazia. Passei por uma prova de fogo no dia do trabalhador, minhas sobrinhas pediam que eu fizesse o tal frango com batatas, afinal, eram pequenas quando comeram o prato feito pela avó, embora a própria mãe delas tenha feito, mas segundo elas, não passou nem perto, tinha eu a missão de preparar tal iguaria, assim como outro dia tive que encarar o preparo de uma feijoada como ela fazia e que graças a Deus saiu exatamente do jeitinho dela. 
Bem, voltamos ao tal almoço, preparei tudo, até a lasanha do mesmo jeitinho como ela fazia, fiz tudo exatamente como ela preparava (ela me ensinou desde pequena a cozinhar), e pra variar, todas as vezes que eu tirava do forno pra mexer as batatas e virar o frango, roubava umas batatinhas pras sobrinhas provarem, foi aí que percebi que tinha feito tudo como ela ensinou, ao ver minha sobrinha de 18 anos chorando emocionada por relembrar a infância com a avó querida que dava umas batatinhas escondidas da mãe que reclamava que iria "estragar o almoço", ali era o sinal que deu tudo certo (até hoje acho que minha mãe está comigo na cozinha nessas horas).
Outra coisa que herdei dela é a mania de deixar as coisas limpas e organizadas, ela detestava bagunça e por mais que estivesse cansada, sempre encontrava forças pra arrumar tudo, pra ela doença não era empecilho desde que se tivesse vontade. Lembro quando descobriu que tinha osteoporose, andava feito uma entrevada, até o dia que se encheu e disse: "Dane-se a doença, tenho muito o que fazer" e nunca teve sequer um osso partido por conta disso, quando tinha dor apelava para o seu bom e velho Melhoral.
São muitas as lembranças, bom mesmo era chegar em casa e ao abrir a porta vê-la sentada na ponta da mesa, sempre com um sorriso a me esperar, ela sabia pelo meu semblante se meu dia tinha sido bom ou ruim, quando tinha problemas no trabalho sempre me dava um abraço e um beijo pra me confortar. Hoje abro a porta e não tenho mais ela alí, sei exatamente o que diz o trecho de uma música: "Naquela mesa tá faltando ela e a saudade dela tá doendo em mim". 
Minha mãe era simples, não tinha grandes vaidades, mas sair sem brincos, relógio e batom nem pensar! Era aquela avó que estraga os netos, dava chocolate escondido dos pais, enquanto cortava a carne pra colocar na mesa dava uns pedacinhos pra eles escondido, mas também sabia coloca-los na linha, bastava franzir a testa e encará-los dizendo: "estão vendo meus olhos verdes?" que todos ficavam quietinhos parecendo uns santos. Não tinha muitas cantigas de ninar, mas a que ela mais cantava era "Maezinha do Céu" até hoje choro copiosamente quando escuto. 
Me orgulho muito da mãe e do pai que tive, sem duvida os meus melhores e perfeitos amigos. Todas as manhãs meu pai coava o café e ela me chamava pra tomar café com ela, era a chamada "reunião de condomínio" pois era no café da manhã que colocávamos o papo em dia, infelizmente, quando tem algo ruim pra acontecer tenho pesadelos horríveis com um antigo mercadinho que tivemos, e na noite anterior tinha sido o pior de todos, acordei com mal-estar, dor de cabeça e quando ela me chamou pra tomar café com ela pedi-lhe que me deixasse ficar na cama mais um tempinho pois eu tinha 15 dias que tinha sido operada da redução de estomago e estava mal mesmo, ela tomou o café sozinha, foi quando ouvi minha irmã gritando pra correr que ela estava passando mal, ligamos pra SAMU que veio prontamente, mas por conta do peso dela tivemos que esperar os bombeiros chegarem, pois moro num 3º andar sem elevador e era preciso a técnica e força deles pra desce-la sem problemas. Os bombeiros tentaram coloca-la em pé pra que a maca se posicionasse atrás dela e assim ir deitando-a devagar já que ela não tinha forças pra se deitar na maca e qualquer tranco poderia quebrar a coluna ou algum osso, foram minutos desesperadores, em um vacilo que eles deram enquanto conversavam como proceder senti minha mãe se esvaindo, foi quando num ímpeto passei meus braços por baixo dos braços dela e joguei todo seu peso sobre o meu corpo pra segura-la (ela tinha 132kg e eu toda ponteada recém-operada, já imaginou o tamanho da minha loucura na hora do desespero?Faria tudo de novo!) foi quando a enfermeira gritou que eu não poderia fazer esforço e os bombeiros correram pra segura-la, enfim, seguiram pro HGE com ela e minha irmã e de lá já foi transferida pra UTI da Santa Casa e nunca mais voltou, Até hoje não me perdoo por não ter tomado aquele último café com ela.

Enfim, ela era meu pilar, meu abrigo, meu conforto assim como meu pai foi mais ainda depois que ela partiu, mas a saudade que ele sentia dela foi grande e um ano depois os dois voltaram a se encontrar lá no céu e eu fiquei aqui sem meus amados e amigos companheiros, morando num solitário castelo cheio de lembranças e com um caminhão carregado de alegrias, saudades e algumas tristezas no coração.
Me sinto como aquele palhaço que faz um mundo inteiro rir, mas que por dentro chora a dor de ter perdido seus pais...

É hora de continuar pelo labirinto e ver se encontro a saída e faço uma nova história, por enquanto o medo é grande, mas vou me agarrando às lembranças que meus amigos deixaram...
Feliz Dia das Mães e não esqueçam: Sempre beijem seus pais todos os dias, digam todos os dias que os amam, pois nunca se sabe quando esse pode ser o último beijo nos nossos queridos amigos fiéis!
Mãe, Pai obrigada por tudo, vocês sempre serão meus melhores amigos mesmo estando em outro plano espiritual. Amo vocês!