Descobri que tenho asas e que sei voar, que o medo é a maior algema que alguém pode ter... É hora de me libertar e voar bem alto, repaginando a Vida com Pensamentos e Poesias ao alcance de todos.
Finalmente livre para voar mais alto... Carpe Diem!

Doe Vida - Doe Medula


domingo, 10 de maio de 2009

MORANDO NO CÉU...

Hoje não quero rimar, quero apenas contar uma pequena história...
Quando eu vim ao mundo, descobri o significado daquele carinho que eu recebia a todo instante, foi aí que eu soube decifrar o nome daquele abraço gostoso, do colo quentinho e do beijo dado com tanta ternura que chegava a ser um beijo de um anjo.
Descobri o mundo aos poucos, ano a ano, e sempre tendo ao lado aquela pessoa que tinha um nome tão bonito, tão fácil de pronunciar até pra alguém tão pequeno como eu era. Esse nome era Mamãe, mãezinha nos momentos mais carinhosos e mãe na hora que eu sabia que ia levar bronca por alguma travessura, isso sem contar no orgulho que eu tinha quando alguém me perguntava quem era aquela pessoa linda que estava ao meu lado, eu enchia meu peito com tanto orgulho e dizia: “é minha mãe”.
O tempo foi passando e ela sempre ao meu lado, me acompanhando a cada novo ano na escola, rezando a cada febre que eu tinha, pedindo a Deus proteção cada vez que eu tinha que andar sozinha pelo mundo afora, torcendo a cada entrevista de emprego que eu fazia. Ela soube ser minha mãe na hora certa, conselheira nos momentos de indecisão, companheira para assistir televisão, amiga de longa data quando precisava desabafar, protetora na hora da aflição, médica quando a saúde não estava lá essas coisas, mas o mais importante de tudo, carinhosa em todos os momentos da minha vida.
Essa é a minha mãe pra mim, mas porque não falar da mulher incrível que ela foi, sempre guerreira, nunca tinha medo do serviço, se era preciso arregaçar as mangas lá estava ela, sempre vigilante a todo o momento, quando cuidava do meu pai, ela foi uma companheira incrível, dia e noite, nunca se cansava, nos momentos mais difíceis do meu pai, ela estava ao lado dele. Não podemos esquecer de falar como era querida essa Isabel Vovó, como ela gostava de jogar ou brincar com os netos, e como os netos adoravam essa avó, a sempre querida “Vó Bel”, quando eram arteiros não precisavam de palmada, bastava ela dizer: “olha os meus olhos ficando verdes” que eles ficavam calminhos e bem quietinhos, esse era o código pra não fazer bagunça, todo mundo tinha um respeito danado por aqueles olhos verdes... Até hoje alguns já grandes, lembram com saudades desses momentos.
Ela era tão bacana que até as noras gostavam dela, sempre com uma palavra amiga, sempre ouvindo sem distinção o que as noras falavam, e dava sua opinião, ela não defendia os filhos se eles estivessem errados, ela defendia a razão, o correto, e com isso foi conquistando pouco a pouco cada uma delas, nunca foi verdadeiramente “a sogra”, foi mais uma segunda mãe, principalmente quando fazia o famoso bolo de laranja, só porque as noras estavam com vontade, ela podia estar cansada, mas num instante criava coragem e horas depois lá estava o bolo quentinho que sumia rapidinho de tão bom que era, receita que muitos faziam, mas só o dela tinha o gostinho bom de “feito com carinho pela mamãe”.
Como era bom chegar em casa e ao abrir a porta ver ela lá sentadinha, na cabeceira da mesa, a nossa espera com um sorriso nos lábios, querendo saber como foi o nosso dia. No café da manhã até brincava nos acordando, chamando pra reunião de condomínio, brincadeira que fazíamos para tomarmos o café todos juntos e por a conversa em dia. Como adorava uma casa cheia, mesa farta, insistia com os filhos pra ficarem pra almoçar, sempre preparando a comidinha favorita de cada um.
Mesmo quando as coisas ficavam ruins ela sempre tentava amenizar o sofrimento, dizendo que tudo ia melhorar, mesmo que por dentro temesse que algo desse errado, mas ela era firme nas respostas.
Como todos os mortais, ela também tinha seus momentos de fraqueza, mas eram muito passageiros, no dia seguinte lá estava ela firme, nos protegendo como uma fortaleza, meu pai que o diga, quando resolvia que as coisas tinham que ser do jeito dela ninguém conseguia faze-la mudar de idéia, era turrona que Deus me livre, quando alguém falava algo que ela não gostasse, tinha sempre uma resposta pronta, ainda mais quando algum engraçadinho resolvia fazer piadas dizendo que português era burro, ela virava uma fera e respondia de pronto “Português só nasce em Portugal, mas burro nasce em toda parte”, calava na hora com essa resposta bem dada o engraçadinho que fazia a piada.
Mas, momentos à parte, não dá para não pensar com saudade dessa mulher maravilhosa, que agora virou estrelinha e está morando no céu. Minha mãezinha querida, que os meus olhos brilham do orgulho pela pessoa maravilhosa que ela foi, vai deixar tanta saudade que a cada vez que eu olhar pro céu um sorriso se abrirá, mas não poderei evitar dos meus olhos marejarem, porque a gente só tem saudade de quem nos faz bem. Vai com Deus minha mãe e obrigada por tudo que me ensinastes e por todo amor que tinhas por nós, te amaremos não só hoje, mas em todos os dias de nossas vidas.

Dedicado à grande mulher (minha mãe) Isabel Calvão

Dias difíceis...

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